MARINHAGEM

Contorno as margens
com pés descalços
mas saudade moderada.

A hora de navegar
já cumpre rotas e bússolas –
desviar do norte das ausências
pouco desafiar tempestades passageiras.

Capitão-mor de meu próprio barco
escrevo a carta dos novos descobrimentos
para trocar espelhos, flechas
e algumas palavras comigo mesmo.

Em meu cais dispenso
pedras consagradas
e devolvo amarras não consentidas.

Não atenderei ao chamado.
O mar que aguarde
o tempo certo da minha calmaria.

2010