SOBRE O MAR DAQUELE CORPO

Havia um mar naquele corpo
contemplativo a mim, parado
como se olhos tivesse.
Em sua ignorância de não se saber mar
me navegava.

Tecemos costas e amanheceres
no mais tranqüilo silêncio.
Depois, à hora de partir,
partiu sem barco ou remo.

As minhas lembranças
superam os naufrágios.

 

2008