Comentários do poeta
|
POEMAS CASEIROS: A HISTÓRIA DE QUANDO ENVELHECERMOSA história de quando envelhercermos é o subtítulo do livro Poemas caseiros e resume com muita propriedade o porquê do livro. Um dia, em minha casa, lá pelos meados de 2002, tive a sensação de ser um velho senhor escrevendo, no escritório, poemas para a pessoa amada, que estaria na sala do apartamento. Essa sensação ficou em mim durante muitos dias e aí percebi que começava a nascer uma história e, mais tarde, vi que era um livro. Poemas caseiros conta essa história de amor através de poesias que eu já havia escrito e de poesias especialmente criadas para o livro. Há um sentimento de casa e de outono que percorre cada página. Aparentemente, é um livro entristecido, meio desfolha, mas com o passar dos poemas fica claro que conta uma história de encontro, desencontro e, finalmente, de permanência, como se a trajetória percorrida fosse realmente apenas um caminho para chegar a um lugar previamente definido. O poema inicial, de uma certa forma, traduz o espírito do livro,
sendo uma introdução real à história. CORPO E POESIA Antes de chegar A poesia do corpo não admite o tempo.
SOBREVIVENTES Envelhecemos sem remorsos a cada dia.
Estrutura gráfica e lançamento Como todos os meus demais livros, o design é assinado por Heliana Soneghet Pacheco, com quem gestei a cara e o corpo do livro por quase dois anos. Eu dizia para ela: “Precisa ter madeira, é uma casa”. E ela respondia: “Mas precisa também ter rosas”. Após algumas tentativas, chegamos à conclusão de que o livro poderia ter a capa de madeira, como uma porta, convidando o leitor a entrar nos poemas. Mais tarde, acabou evoluindo para uma caixa de madeira para abrigar também o livro Poemas simples – os dois foram lançados como uma só edição. Mas por que uma só edição? Os livros acabaram nascendo praticamente juntos e eu não sabia qual lançar primeiro. Ambos tinham o amor como tema central e, um dia, assistindo à TV me deu um clique: têm que sair juntos, de alguma maneira próximos. E acabaram germinados, como irmãos. Ou como amantes (um leitor mais atento verá que um ou outro poema acabou pulando de um livro para o outro). A capa é vermelha, porque a cor desse amor é essa, com letras vazadas em branco. O fundo rebaixado reproduz a renda branca que literalmente ampara os poemas que falam sobre os santos da casa. E como o livro conta uma história de longo percurso, Heliana decidiu usar um papel areia para as páginas de dentro. Quanto às rosas, ela passou a guardar, dentro de livros e durante três ou quatro anos, todas as flores que recebia de seu namorado. Essas pétalas foram coladas nas páginas de três poemas – os demais contam com flores já impressas no alto de cada página. Poemas caseiros carrega, e entrega ao leitor, pedaços vivos de minhas histórias de amor e da de Heliana. O lançamento de Poemas caseiros / Poemas simples acontecerá
no dia 2 de outubro de 2007, no
Unibanco Artplex Livraria, em Botafogo (RJ). Na noite, acontecerá a leitura de poemas por pessoas
diretamente ligadas à minha poesia e ao meu coração. |